
Postado dia 27/08/25 | 5min. de leitura
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia: a memória do estado
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O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia também é conhecido como a “Casa da Bahia”, e não é para menos, já que a instituição tem papel preponderante na defesa da riqueza cultural do Estado.
O edifício é histórico, de linda arquitetura e recheado de atrações que o tornam um lugar especial entre as melhores opções do que fazer em Salvador, especialmente se você é daqueles que adoram história e cultura.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco sobre sua história, principais pontos de visitação, localização, como chegar e seu horário de funcionamento, além das ações que o IGHB vem desenvolvendo em favor da preservação de assuntos ligados à Geografia, História e cultura do Estado da Bahia. Continue conosco!
A origem do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)

Primeiro foi fundado o Instituto Histórico da Bahia, que atuou entre 1856 e 1877, sendo uma importante sede onde pesquisadores ligados à História se reuniam para articular e discutir pesquisas sobre a historiografia do Estado da Bahia.
Após o encerramento das suas atividades e para não deixar um vácuo na preservação da história baiana, surgiu a necessidade de continuar suas ações. Sendo assim, se ampliou sua área de atuação e o IGHB foi fundado no dia 13 de maio de 1894, com o propósito de promover estudos e pesquisas de Geografia, História e ciências ligadas a essa linha do conhecimento.
A “Casa da Bahia” se tornou com o tempo uma espécie de “sede colecionadora de antiguidades” sobre a Bahia e hoje possui o maior acervo de jornais, desde o séc. XIX até a atualidade. Ainda preserva a maior quantidade de documentos cartográficos da Bahia, dando à sociedade baiana o privilégio de conhecer a origem dos 417 municípios do Estado.
O IGHB também é o guardião do Pavilhão 2 de Julho, que fica localizado no Largo da Lapinha. Nele estão guardados o Caboclo e a Cabocla, principais alegorias da importante festa cívica.
Principais pontos de visitação no IGHB

Ao adentrar no edifício histórico, o visitante tem a impressão de mergulhar no túnel do tempo, se deparando com mobiliário antigo, estátuas e quadros relacionados a figuras ilustres da História da Bahia e do Brasil, além de condecorações e homenagens ligadas ao IGHB.
Biblioteca Ruy Barbosa
A Biblioteca Ruy Barbosa foi fundada em 1894, junto ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, e passou a arquivar tradições e documentos sobre Geografia, História, Arqueologia, Etnografia e línguas indígenas, sendo visitada constantemente por pesquisadores da Bahia e do Brasil.
Considerada uma das mais antigas bibliotecas da Bahia, se desenvolveu em função de doações dos sócios fundadores e apaixonados pelos temas promovidos pelo IGHB.
Seus livros e documentos estão organizados em lindas estantes de jacarandá, que foram talhadas especialmente para tal finalidade.

A biblioteca é composta pela Coleção Brasiliana, da Editora Nacional; a Coleção Theodoro Sampaio; a Coleção Viagens ao Brasil; a Miniatura de Magni Des. Erasmi, publicado em 1642; a Miniatura H. Grotii, publicado em 1645; o livro “Os Luzíadas” de Camões, publicado em 1880; o livro “Vida do Apostólico Padre Antônio Vieira” da Companhia de Jesus, publicado em 1837; a Bíblia publicada em 1579 e o Catálogo de Obras Raras.
Em geral, são mais de 30 mil obras, sendo muitas delas raras e de referências publicadas desde o séc. XVI, a exemplo da Enciclopédia Francesa dos iluministas d’Alambert e Diderot, datada de 1750; dos desenhos e aquarelas de Gaspar Barleus, holandês que acompanhava Maurício de Nassau durante a ocupação holandesa entre 1630 e 1654, entre outros importantes documentos sobre a História da Bahia e do Brasil.
Vale também destacar o Catálogo de Obras Raras, composto por 624 obras datadas entre os séculos XVI e XIX.
Arquivo Histórico Theodoro Sampaio

Theodoro Sampaio foi um dos mais importantes intelectuais do Brasil. Sendo engenheiro de formação e filho de uma mulher negra escravizada, dedicou sua vida à erudição, produzindo obras clássicas sobre a Geografia e História do país.
Destaque para estudos sobre os bandeirantes paulistas, indígenas e rios brasileiros, além de pinturas rupestres, sítios arqueológicos nacionais e sobre o tupi na geografia e geologia.
O arquivo em sua homenagem organiza manuscritos de poemas de Castro Alves, cartas de Antônio Conselheiro, autógrafos da Sóror Joana Angélica e arquivos particulares do próprio Dr. Theodoro Sampaio, entre muitas outras preciosidades doadas por importantes intelectuais baianos. Ainda preserva um importante acervo fotográfico datado do início do séc. XX, que ilustra momentos históricos marcantes da Bahia.
Museu do IGHB

Ao longo dos anos, o museu do IGHB foi acumulando coleções artísticas e históricas da Bahia, compostas por pinturas de artistas consagrados como Miguel Navarro e Cañizares, por exemplo.
Há também mobiliário do séc. XIX e início do XX, esculturas, armaria, numismática, porcelanas, cristais, objetos geográficos, da cultura de matriz africana e da cultura dos povos indígenas, além de urnas funerárias e peças da arqueologia.
Principais ações do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
O instituto promove regularmente cursos, seminários, palestras, encontros, eventos festivos e comemorativos, sendo todos eles realizados no lindo Auditório Bernardino José de Souza, um salão nobre com 180 lugares e decorado com mobiliário antigo e réplicas de pinturas clássicas.
É importante ressaltar a relevância da Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, criada juntamente com o Instituto.

O periódico nasceu com o objetivo de divulgar textos dos seus associados e da comunidade científica baiana e brasileira, de maneira a contribuir para a preservação da memória histórica e geográfica nacional. Inicialmente, a revista era trimestral, mas atualmente sua publicação é anual.
O IGHB também preserva em seu acervo todas as edições da sua revista, desde 1894 até a atualidade.
Como chegar ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
O IGHB está localizado ao lado da Praça da Piedade e em frente à principal saída da Estação da Lapa.
Portanto, para chegar até lá basta se dirigir a este que é o mais importante terminal de transporte de Salvador, seja por meio de linhas de ônibus, como de metrô.
Há também a opção de ir por meio de transfer, um transporte muito mais seguro e confortável que busca o turista em seu hotel.
Mais informações
Endereço do IGHB: Av. Joana Angélica, nº 43, Centro, Salvador.
Dias e horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 13:00 às 18:00.
Entrada franca.
Agora que você já sabe sobre este importante patrimônio histórico, geográfico e cultural de Salvador, conheça também 5 cidades históricas da Bahia, para que sua viagem seja ainda mais enriquecida de conhecimento, cultura e belezas naturais.
Por Márcio Vasconcelos de O. Torres
Historiador e viajante - marciotorresbb@gmail.com
