Boqueirão da Onça: tudo sobre esse incrível Parque Nacional

O Parque Nacional Boqueirão da Onça é o mais novo parque nacional brasileiro e está localizado nos municípios de Campo Formoso, Juazeiro, Umburana, Sobradinho e Sento Sé, e guarda verdadeiros tesouros naturais muito pouco conhecidos do turismo. O parque está situado entre o rio São Francisco e a cidade de Morro do Chapéu, no norte da Chapada Diamantina.

Um dos últimos redutos selvagens de Caatinga brasileira, viajar até o parque ainda é uma grande aventura, já que o turismo ainda não foi oficializado por lá.

Fauna e Flora

Seu nome se deu em função da região guardar a maior população de onças-pintadas da Caatinga, mas o parque também é reduto de diversas espécies, como a onça parda, o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, a queixada e o porco-do-mato, veado, além de espécies endêmicas como a arara-azul-de-lear, o beija-flor-de-gravata-vermelha, o pintassilgo-do-nordeste, a jacucaca, o arapaçu-beija-flor e o joão-xique-xique.

Vale lembrar que o Bioma de Caatinga do parque é exclusivamente brasileiro, portanto, de grande valor natural, abrigando uma grande diversidade de plantas em sua vegetação xerófila, mas também vegetação de tipo florestal, como se pode ver em alguns pontos do parque.

As florestas contribuem para a manutenção dos boqueirões onde a água da chuva é acumulada, e abrigam algumas nascentes de grande importância para a Bacia do São Francisco.

Cavernas

O parque possui um impressionante complexo de cavernas, a exemplo da Toca da Boa Vista, a maior caverna brasileira em extensão, com seus 97,3 km. Ela se interliga com a Toca da Barriguda que por sua vez possui 33 km de extensão, formando o maior conjunto de cavernas do Hemisfério Sul, já imaginou?

Sítios arqueológicos

Os primeiros sítios rupestres da região foram encontrados em territórios de Casa Nova, remanso, Pilão Arcado, Juazeiro, Sento Sé e Xique-xique, onde as pinturas feitas por homens que viveram na Idade das Renas, entre 15.000 a.C. e 9.000 a.C.

Sua área de 3.469,1 quilômetros quadrados abriga a maior concentração de sítios arqueológicos do Brasil, com cerca de 3 mil pontos em rochas de boqueirões e grotas, onde se encontram pinturas rupestres que revelam um homem pré-histórico que teria vivido há 16 mil anos.

Além disso, no Boqueirão se encontram fósseis de animais pré-históricos como a preguiça-gigante e o tigre-dente-de-sabre”, um patrimônio arqueológico ainda pouco estudado.

Como conhecer o Boqueirão da Onça

O Parque Nacional do Boqueirão da Onça ainda não está aberto à visitação, mas é possível conhecê-lo através de passeios acompanhados por guias locais, levando a cavernas, pinturas rupestres e vivências na Caatinga.

Em Petrolina (PE), Campo Formoso e Sento Sé existem agências que operam passeios ou podem indicar guias autônomos, sempre em automóveis 4x4 em função das dificuldades de acesso às estradinhas da região. Como o turismo na região é incipiente, às vezes é necessário grandes doses de paciência para chegar nas informações requeridas.

Onde se hospedar

Não há resorts, nem hotéis luxuosos na região, que costuma receber temperaturas de até 43º C. O melhor mesmo é se hospedar em uma das cidades próximas, sendo Juazeiro e Petrolina as que possuem melhor infraestrutura hoteleira, mas Campo Formoso e Sento Sé também possuem pequenas pousadinhas.

Como chegar

O aeroporto mais próximo do Parque Nacional do Boqueirão da Onça fica em Petrolina (PE), a cerca de 150 km de distância. Viajando de carro a partir de Salvador, são 692 km percorridos em aproximadamente 10 horas, segundo pelas rodovias BR-324, BR-407 e BA-210.

Mas vale lembrar que o parque não está aberto a visitantes, portanto, melhor é viajar até Petrolina, Campo Formoso ou Sento Sé e procurar uma agência que realize o passeio em automóveis 4X4, até mesmo pelas condições das estradas até o Parque Nacional.

Mais informações

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