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Maragogipe e sua belezas naturais e históricas

Postado dia 20/02/24 | 5min. de leitura

Maragogipe e sua belezas naturais e históricas

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Por Márcio Vasconcelos de Oliveira Torres

Graduando em História - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)


O Recôncavo Baiano abriga cidades que são verdadeiros tesouros naturais, históricos e culturais da Bahia, lugares que apesar de não serem tão conhecidos turisticamente, oferecem uma grande diversidade de paisagens, prainhas, ilhas, tendo como eixo central o lindíssimo Rio Paraguaçu e a grande Baía de Todos os Santos.

Uma dessas cidades é Maragogipe, verdadeiro paraíso escondido e a pouco mais de 130 km de Salvador. A cidade é pequena, possui aproximadamente 45 mil habitantes, que vivem basicamente da pesca e agricultura, apresentando uma linda cultura e preservando tradições oriundas da sua rica história, como a religiosidade católica e o candomblé.

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O intrigante Forte santa Cruz de Salamina posicionado em um trecho lindo do rio Paraguaçu

Um pouco da história de Maragogipe

Antes dos portugueses chegarem, uma tribo de aimorés dominava a margem direita do Rio Paraguaçu e a região também tinha como moradores os seus inimigos diretos, os tupinambás.

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Baía do Iguape, terras de Maragogipe e Barra do Paraguaçu. Reprodução / ALBERNAZ - 1640

No início do séc. XVI, a região de Maragogipe apresentava um trecho navegável e com ótimas condições portuárias, sendo possível atracar embarcações de grande calado, fator de grande relevância e que possibilitou a chegada dos exploradores.

A princípio, as relações entre os primeiros europeus e os originários tupinambás se davam pelo escambo do pau-brasil, mas com a divisão do território brasileiro em Capitanias Hereditárias a partir de 1534, vieram os colonizadores portugueses empreendendo a plantação da cana-de-açúcar, de mandioca, e a construção de engenhos de açúcar e casas de farinha.

Em 1557, D. Duarte da Costa, o 2º Governador-Geral do Brasil, doou ao seu filho D. Álvaro da Costa, as terras onde estava a incipiente povoação com o nome de Sesmaria de Paraguaçu, que posteriormente foi transformada em Capitania pelo Cardeal Regente, D. Henrique, em 1565.

A primeira capela foi construída no séc. XVII e dedicada a São Bartolomeu e o povoado foi elevado à Freguesia do São Bartolomeu de Maragogipe. Em 1724, a freguesia foi elevada à Vila de Maragogipe e em 1850 a vila se tornou cidade, recebendo o título de “Patriota Cidade” em louvor à sua importância na Independência do Brasil na Bahia.

Monumentos históricos

A cidade é repleta de monumentos históricos, alguns deles dos primórdios da colonização. São igrejas seculares, antigos engenhos que ainda apresentam casarões, capelas e ruínas do seu complexo de produção, uma fortificação do tempo das invasões holandesas, e uma gama enorme de festas tradicionais que destilam fé, danças e musicalidade. Confira os lugares mais importantes que enchem os olhos dos turistas que os visitam:

Igreja Matriz de São Bartolomeu

É uma das mais antigas igrejas da Bahia, tendo sua construção atribuída à segunda metade do séc. XVII. Está situada no ponto mais alto da cidade e possui arquitetura imponente, bem como a vista que se descortina de lá. Seu interior é rico e apresenta altares em talha rococó e neoclássico, além de grande acervo de imagens, telas, prataria e mobiliário.

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Capela de São Roque do Paraguaçu do séc. XVII, como parte do Engenho Barra de São Roque

Paço Municipal

O antigo Paço Municipal é a atual prefeitura e também se encontra em um dos pontos mais altos da cidade. A Casa de Câmara e Cadeia foi construída na década de 1730, sendo que no térreo funcionava a Cadeia e no sobrado, a Câmara. 

Fazenda de São Roque: casa grande e capela

A antiga Fazenda de São Roque possuiu um engenho construído em meados do séc. XVII, que pertencia a Cristovan Cavalcanti e Albuquerque, senhor de vários engenhos. A casa grande é um dos exemplares mais antigos na Bahia, no estilo das casas de engenho contornadas por varandas e três lados, uma adaptação portuguesa ao calor dos trópicos, e foi provavelmente construída no séc. XVIII, juntamente com a capela.

Forte Santa Cruz de Salamina (Forte do Alemão)

O Fortim de Santa Cruz de Salamina tinha como par, uma pequena bateria na outra margem do Rio Paraguaçu, sendo conhecida como Fortim da Força. Ambos cruzavam fogos com a função de impedir o avanço de embarcações inimigas à Baía do Iguape e seus engenhos, bem como às vilas de Maragogipe e Cachoeira.

Não há documentos que comprovem exatamente quem os construiu, se portugueses ou holandeses, tampouco a data precisa, que pode ter sido na segunda metade do séc. XVI ou na primeira metade do séc. XVII.

Não existe mais vestígio do Forte da Força, apenas o Forte Salamina, cuja ruína atual corresponde a uma

construção do séc. XVIII, feita exatamente no mesmo lugar onde estava o primeiro fortim.

Ilha dos Franceses

A linda Ilha dos Franceses está imersa no Rio Paraguaçu e repleta de Mata Atlântica e coqueirais. Possui uma linda praia para banho, onde outrora foi porto de desembarque dos franceses, que lá se protegiam dos bravos aimorés e faziam negociações de pau-brasil com os tupinambás.

Em 1527, dois navios franceses lá estavam ancorados quando foram surpreendidos pela esquadra guarda-costas de Cristóvão Jacques, enviada pela Coroa portuguesa para combater os franceses que traficavam pau-brasil. Como resultado da batalha naval, uma embarcação francesa foi à pique nas águas negras do Rio Paraguaçu.

Bibliografia

AZEVEDO, Paulo Ormindo David de. IPAC-BA: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia. Salvador: Secretaria da Indústria e Comércio e Turismo. v.3. Monumentos e Sítios do Recôncavo, II Parte, 1975-2002. 7v.

BUENO, Eduardo. Náufragos, traficantes e degredados. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2019.

IPHAN. Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Maragogipe (BA). Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1809/ >. Acesso em: 10 de fevereiro de 2024.

IPHAN. História - Maragogipe (BA). Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1834/ >. Acesso em: 10 de fevereiro de 2024.

SOUZA, Gabriel Soares. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. São Paulo: Hedra, 2010.

O que fazer

Alto do Cruzeiro

É o ponto mais alto de Maragogipe e o mirante proporciona uma vista deslumbrante, de onde se pode avistar o manguezal e o encontro dos rios Paraguaçu e Guaí. O local também recebe peregrinos em cumprimento de promessas.

Mirante do Cemitério

Mais um mirante que merece uma visita em função da incrível vista da Baía do Iguape, do Convento de Santo Antônio do Paraguaçu e da Ilha dos Franceses.

Cachoeira do Urubu

A cachoeira do Urubu possui 15 metros de queda d’água e é formada pelo rio Quelembe. Cercada por mata, a trilha inicia na entrada da cidade, virando à direita sentido norte e dura aproximadamente 1 hora de caminhada.

Ponta do Souza - Praia do Pina

A praia é fluvial, mas sofre influência das marés e sua água é salobra. Possui linda paisagem, formada por rio, mata e manguezal, apresentando uma faixa de areia e proporcionando excelente banho.

Infraestrutura

Maragogipe não é uma cidade hoteleira e possui infraestrutura modesta para o turismo, dispondo de poucas opções de hotéis e pousadas e poucos restaurantes. Todavia, sua gastronomia é esplêndida, sendo um dos lugares de melhor moqueca da Bahia. Uma boa dica de hospedagem é o Hotel Maragogipe, o maior e mais qualificado da cidade.

Como chegar

Maragogipe está a aproximadamente 135 km de Salvador e pode ser acessada de três formas:

De Ônibus

da Rodoviária de Salvador saem ônibus para Maragogipe diariamente em diversos horários, tanto pela manhã como à tarde. A viagem dura aproximadamente 3 horas e meia.

De táxi ou carro de aplicativo

Outra opção é pegar um táxi ou carro de aplicativo até lá, que deverá seguir pelas BR-324 e BR-420.

De transfer

Agora se você preferir uma viagem mais segura e confortável, a melhor opção é contratar um transfer, que te recepciona no Aeroporto Internacional de Salvador, no seu hotel ou onde você estiver hospedado. São automóveis novos e climatizados, conduzidos por motoristas profissionais e profundamente conhecedores das rodovias da região.

A Bahia Terra Turismo

Somos uma agência especialista “em Bahia” e desde 2006 nossos transfers conduzem milhares de turistas anualmente aos mais diversos destinos baianos, sempre primando por segurança, conforto e pontualidade. 

Estamos cadastrados no Ministério do Turismo e na ABAV (Associação Brasileira das Agências de Viagem).


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