top of page
2 de julho - Independência do Brasil na Bahia: como é a comemoração?

Postado dia 10/05/23 | 5min. de leitura

2 de julho - Independência do Brasil na Bahia: como é a comemoração?

0 comentário

0 curtida

0 visualização

Por muitos anos, o 2 de julho foi reconhecido como a data magna da Independência da Bahia, mas seu real significado é mais complexo e vai muito além. Não adentraremos na profundidade historiográfica aqui, mas o que realmente importa dizer, é que esta data foi o dia da expulsão definitiva dos portugueses da Bahia e consequentemente do Brasil.


A Bahia foi palco de acontecimentos e batalhas a partir de fevereiro de 1822, que duraram longos 17 meses até o 2 de julho de 1823, quando os brasileiros consolidaram a separação política do Brasil em relação a Portugal.

Se existe um dia que foi determinante para marcar a Independência do Brasil, este foi o dia 2 de julho de 1823.

  • O Fogo Simbólico

  • O Caboclo e a Cabocla

  • O cortejo em Salvador

  • Os Heróis da Independência

O Fogo Simbólico, a tocha e seu cortejo

O Fogo Simbólico é aceso no dia 30 de junho na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, cidade de Cachoeira no Recôncavo Baiano. Ele representa a união dos povos que lutaram pela independência. No mesmo dia celebra-se o Te Deum pela independência do Brasil na Bahia na Catedral Basílica de Salvador.

Cachoeira recebeu o ataque de uma escuna canhoneira enviada pelo Brigadeiro Português Madeira de Melo no dia 25 de junho de 1822, cuja ordem era fechar o porto da cidade. O primeiro tiro de canhão efetivado pela escuna contra a cidade que reunia a maior parte das forças rebeldes, foi o estopim para o início da guerra entre baianos e portugueses.

É de lá, portanto, que sai a tocha com o Fogo Simbólico, percorrendo diversas cidades transportada de mão em mão por atletas, artistas e lideranças, com destino final ao bairro de Pirajá em Salvador, onde uma pira é acesa no dia 01 de julho.

A união das cidades do Recôncavo Baiano, Cachoeira, Santo Amaro, Maragogipe, São Francisco do Conde, Jaguaripe, Saubara, foi fundamental para cercar e aprisionar os portugueses em Salvador, fechando as saídas da cidade e não permitindo que entrassem alimentos.

As batalhas aconteceram na tentativa dos portugueses romperem os bloqueios, mas foram vencidos pelos baianos em todas elas, culminando na rendição e expulsão dos portugueses no 2 de julho de 1823.

O Caboclo e a Cabocla

Os heróis da independência foram figuras do povo, Maria Quitéria, Maria Felipa, Joana Angélica, o Corneteiro Lopes, João das Botas e Tambor Soledade são reverenciados até hoje como símbolos de resistência popular, e também traduzidos pelos carros do Caboclo e da Cabocla, que desfilam num cortejo rememorando a participação efetiva de voluntários, brancos pobres, tupinambás, negros libertos e escravizados junto ao exército regular.

O Caboclo aparece com uma lança na mão, matando uma serpente que representa a tirania portuguesa. O cortejo remonta a passagem do Exército Pacificador pelas ruas, percorrendo os mesmos caminhos das batalhas, tomando os fortes, se aquartelando nos conventos, igrejas e quartéis da cidade.

Ao longo do caminho o Caboclo e a Cabocla recebem do público flores, frutas e bilhetes com pedidos e é daí que nasce a expressão popular “vá chorar no pé do caboclo”.

O cortejo em Salvador

Inicia do Largo da Lapinha, com queima de fogos, hino nacional e hasteamento da bandeira. É lá que se encontra o monumento em homenagem ao General Labatut, militar que comandou o Exército Pacificador.

O cortejo passa pelo Convento da Soledade rumo ao bairro de Santo Antônio Além do Carmo, e um dos momentos mais bonitos é quando passa pelas casas e sobrados antigos enfeitados com as cores do Brasil e da Bahia. Chega então ao Pelourinho e é homenageado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com missa às 07h e a chegada dos carros do Caboclo e da Cabocla, que são decorados com coroas de flores.

E segue até o Palácio Rio Branco, na praça municipal, com parada até as 14h. Em paralelo o 2º Distrito Naval realiza uma Cerimônia Cívica na cidade baixa em frente ao elevador Lacerda.

O próximo destino é a famosa praça do Campo Grande para o hasteamento das bandeiras conduzido por autoridades locais e ao som do Hino Nacional executado pelas bandas da Marinha, Exército e Aeronáutica.

No centro do Campo Grande está instalado o belíssimo Monumento ao 2 de Julho e é lá que a pira do Fogo Simbólico é acesa por um atleta baiano expoente, com Hino ao 2 de Julho sendo executado.

Os festejos finalizam com o encontro de filarmônicas de Cachoeira, Saubara, Santo Amaro da Purificação, Simões Filho, São Francisco do Conde, Candeias, dentre outras, que tocam das 17:30h às 21:30h.

Os Heróis da Independência

  • Maria Quitéria - Usando uma roupa masculina do seu cunhado e se passando por homem, deixou a fazenda do seu pai e se inscreveu como voluntária no Exército Pacificador. Ela se destacou na defesa da Barra do Paraguaçu como soldado do batalhão dos Voluntários do Príncipe.

  • Sóror Joana Angélica - A abadessa virou mártir ao tentar impedir a invasão de soldados e marinheiros ao claustro do Convento da Lapa, onde estavam escondidos alguns rebeldes em fuga. Foi atacada e morta com perfurações de baioneta.

  • João das Botas - João Francisco de Oliveira um militar da Marinha que optou pela autoridade de Dom Pedro, combatendo embarcações portuguesas na Baía de Todos os Santos no trecho entre a praia da Ponta de Areia na Ilha de Itaparica e a barra do rio Paraguaçu. Também instruiu Cachoeira, Santo Amaro e São Francisco do Conde na armação e comando dos barcos contra a frota portuguesa.

  • Corneteiro Luís Lopes - Não existem documentos que comprovem sua história. Lenda ou fato, ficou na memória e no coração dos baianos a partir da batalha do Pirajá, quando recebeu ordem de realizar o toque “recuar” e executou o toque de “avançar” e o de “degolar”. Os portugueses atônitos se retiraram entendendo que os brasileiros, em menor número, haviam recebido reforços.

  • Maria Felipa - Sua história é baseada na tradição oral e não possui documentos que comprovem sua existência. Todavia, a tradição oral é forte e possui mais de 200 anos de existência. Teria sido uma mulher negra, pescadora, marisqueira e ganhadeira, que lutou na Ilha de Itaparica nas batalhas da independência.

Teria comandado um grupo de mulheres, primeiro seduzindo os portugueses, depois ateando fogo nas suas embarcações, dando uma surra de cansanção nos soldados portugueses.

  • Tambor Soledade - Manuel da Silva Soledade foi um mártir cachoeirano morto durante o ataque português à cidade de Cachoeira no dia 25 de junho de 1822. O episódio foi pintado por Antônio Parreiras no ano de 1931. A famosa tela está exposta no Palácio Rio Branco em Salvador e possui uma cópia na Câmara de Vereadores de Cachoeira.

Gostou deste artigo? Continue conosco e fique por dentro de tudo o que rola sobre a cidade de Salvador, suas características, passeios imperdíveis, gastronomia, música, enfim, os principais atrativos deste destino incrível!

Escreva um comentário

Deixe seu comentário

Deixe seu comentário

Deixe seu comentário

Deixe seu comentário

bottom of page