Postado dia 08/05/23 | 4min. de leitura
Acarajé: onde comer o melhor de Salvador?
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Conhecendo o acarajé
O acarajé é muito mais que um prato ou iguaria, é símbolo máximo da baianidade, herança da resistência cultural africana e do sincretismo religioso. Na África, a palavra deriva de akara (bola de fogo) e jé (comer), portanto, “comer bola de fogo”.
Uma lenda conta que o acarajé é a comida ritual de Iansã e se originou de um mito, a relação de Xangô com suas esposas Oxum e Iansã. Assim, se tornou um prato de oferenda a esses orixás e por isso foi preservado ao longo do tempo. Sendo uma comida sagrada, sua receita não pode ser alterada e deve ser preparada pelas filhas-de-santo.
O acarajé é cartão postal, está nos principais pontos turísticos da cidade, e é sempre vendido pela figura emblemática da baiana do acarajé. Seus trajes são a mistura das culturas portuguesa, africana e mulçumana. As saias rodadas são inspiradas no estilo das senhoras portuguesas, os turbantes mulçumanos e os adereços de colares e pulseiras, africanos.
No passado, bolinhos cheirosos recém fritos no azeite de dendê eram vendidos em tabuleiros que as baianas de acarajé carregavam em suas cabeças. Vestidas com suas roupas brancas originais, utilizando fortes maquiagens e repletas de balangandãs, passavam pelas ruas cantarolando e atraindo a freguesia.
Hoje em dia os tabuleiros são afixados nas ruas, praças e praias de Salvador, não tendo quem resista ao seu aroma e sabor. É servido junto a outro prato maravilhoso da gastronomia baiana, o vatapá, mas também o delicioso camarão seco e a saladinha vinagrete.
Em 1998, o acarajé e a baiana do acarajé foram regulamentados por decreto municipal e reconhecidos como patrimônio cultural de Salvador. Em 2004, foram tombados como patrimônio cultural material do Brasil pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Dinha do acarajé
Nascida em Salvador no dia 20 de maio de 1951, Dona Lindinalva de Assis, a Dinha do Acarajé, foi a primeira quituteira baiana a ficar famosa com a venda do acarajé. A mídia nacional atribuiu a ela por anos o título de “melhor acarajé da Bahia”, algo que ela retribuía atendendo seus clientes com um largo sorriso branco.
Seu tabuleiro ficava instalado no Largo de Santana do icônico bairro do Rio Vermelho e costumava formar filas “quilométricas” no momento da compra do seu acarajé. O local foi frequentado por personalidades nacionais e mundiais, a exemplo de Ayrton Senna, Dercy Gonçalves e Chico Buarque.
Mas pouca gente sabe que o ponto de acarajé no Largo de Santana é muito mais antigo, foi sua avó Ubaldina de Assis quem lá primeiro chegou em 1944. Ainda muito pequena, Dinha aprendeu com ela o preparo da iguaria e aos dez anos iniciou sua carreira no local que se tornaria referência cultural em Salvador e conhecido por “Largo da Dinha”.
Dinha faleceu no dia 16 de maio de 2008, aos 56 anos.
A Casa da Dinha no Rio Vermelho
O restaurante inspirado no nome da famosa baiana do acarajé está situado no largo que ficou conhecido com seu nome. Serve todos os maravilhosos pratos da gastronomia baiana, menos o acarajé, é claro.
Mantendo a tradição, o Acarajé da Dinha é vendido do lado de fora do restaurante, no Largo da Dinha, o antigo Largo de Santana no bairro boêmio do Rio Vermelho.
O acarajé de Cira
Dona Jaciara de Jesus Santos ou simplesmente Cira do Acarajé, iniciou a carreira como quituteira aos doze anos auxiliando sua mãe. Aos dezessete, assumiu o tabuleiro no Largo de Itapuã quando sua mãe morreu, e com o acarajé criou seus quatro irmãos mais novos, filhos e netos.
Ao longo de 50 anos de carreira, Cira construiu um verdadeiro império, e foi a maior “rival” de Dinha quanto ao título de “melhor acarajé da Bahia”.
Empreendedora, espalhou pontos pela cidade utilizando sua marca registrada, “Acarajé de Cira”.
No auge, o Acarajé de Cira em Itapuã formava enormes filas, com pessoas que vinham do outro lado da cidade e turistas do mundo inteiro. Há quem diga que Cira chegou a vender mais de 2 mil acarajés por dia. Ela faleceu aos 69 anos, no dia 04 de dezembro de 2020.
O principal ponto do Acarajé de Cira fica no Largo de Itapuã, onde iniciou suas atividades ainda adolescente. O local hoje é conhecido como Largo de Cira do Acarajé. Você pode comer o Acarajé de Cira também em Piatã, no Rio Vermelho e em Lauro de Freitas, cidade da zona metropolitana de Salvador.
O acarajé nas praias de Salvador
O acarajé é marca registrada na Bahia, está em todos os lugares. Mas comer um delicioso acarajé na praia é imperdível! Não importa em qual delas você esteja, preste atenção ao seu olfato, pois certamente será conduzido por ele a um tabuleiro próximo.
Além do tradicional acarajé, as baianas de praia costumam vender porções de mini acarajés em pratos com vatapá, camarão e saladinha, uma boa maneira de comer a iguaria coletivamente, entre familiares e amigos.
Acarajé de 1 kg
O acarajé de Binha da Liberdade ficou famoso por ser o maior acarajé da Bahia. O local chega a formar grandes filas, um misto de sabor e curiosidade, já que os enormes acarajés chegam a pesar 1 kg.
O local virou “point” e costuma receber celebridades da música baiana com frequência. O horário de funcionamento a partir das 23h tem a ver com a noite soteropolitana. A galera costuma chegar para comer o acarajé após a noitada de Salvador.
Binha garante que só sai de lá após vender o último acarajé do dia!
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