Praça Castro Alves: o coração cultural de Salvador

“A praça Castro Alves é do povo como o céu é do avião, um frevo novo, um frevo, um frevo novo, todo mundo na praça e muita gente sem graça no salão. Mete o cotovelo e vai abrindo o caminho, pegue no meu cabelo pra não se perder e terminar sozinho. O tempo passa, mas na raça eu chego lá, é aqui nesta praça que tudo vai ter de pintar.”

A Praça Castro Alves em Salvador é a mais cantada em verso e prosa no Brasil, como feito na composição de Caetano Veloso citada acima. É um verdadeiro centro cultural e político, local de efervescência popular que atravessou os séculos e se tornou um marco sagrado do carnaval baiano, vide a popular “quarta-feira de cinzas”. Por tudo isso e muito mais, ela é uma ótima opção do que fazer em Salvador!

Por Márcio Vasconcelos de O. Torres

Historiador e viajante - marciotorresbb@gmail.com

Um pouco da história da Praça Castro Alves em Salvador

Atualmente, a Praça Castro está localizada no alto da falha geográfica que divide a Cidade Alta e a Cidade Baixa de Salvador. É o ponto de encontro entre famosas ruas e avenidas da cidade, como as avenidas 7 de Setembro e Carlos Gomes, e as famosas Rua Chile e a Ladeira da Montanha.

Em um passado remoto, quando Tomé de Sousa mandou construir Salvador a partir de 1549, era por ela que se adentrava na cidade fortificada, sendo conhecida como Porta de Santa Luzia, nome que permaneceu até aproximadamente 1635, quando passou a se chamar Porta de São Bento.

Até o século XIX, ainda era conhecida por este nome, quando o Theatro São João foi construído em 1812 e passou a ser chamada de Praça de São Bento. Poucos anos depois já era conhecida como Largo do Theatro.

Dez anos após a morte de Castro Alves, na data de 6 de julho de 1881, o largo passou a se chamar Praça do Poeta, tendo sido inaugurado o monumento a Castro Alves em 6 de julho de 1923, alguns meses depois do incêndio que destruiu o Theatro São João.

A estátua em bronze, que mede 2,9 metros de altura, faz parte de um monumento que possui 11 metros de altura no total, sendo ambos construídos pelo escultor italiano Pasquale De Chirico. 

Logo na base, há uma escultura de um casal de escravos, que simbolizam a posição de Castro Alves em favor da abolição da escravatura. Vale lembrar que em 1971, os restos mortais do Poeta foram armazenados em uma cripta instalada na base do monumento, e até hoje permanece lá.

Bibliografia

AZEVEDO, Thales de. Povoamento da Cidade do Salvador. Salvador: Editora Itapuã, 1969.

CARNEIRO, Edison. A cidade do Salvador (1549), uma reconstituição histórica. Simões Filho: Kalango, 2017.

VILHENA, Luís dos Santos. A Bahia no século XVIII. Salvador: Editora Itapuã, 1969.

A praça Castro Alves atualmente

Desde o início da década de 1970, a Praça Castro Alves se tornou realmente a “Praça do Povo”, período em que ela passou a ser o palco da folia do carnaval entre as noites de terça-feira e as madrugadas da “quarta-feira de cinzas”, quando se comemorava o último dia dos festejos. 

O famoso encontro de trios elétricos e diversos blocos se aglomeravam lá para festejar o último dia do carnaval, sendo uma prática cultuada até os dias atuais.

Bem em frente a Praça Castro Alves está o Cine Glauber Rocha, cinema emblemático da cidade cujo nome é uma homenagem ao grande cineasta baiano fundador do “Cinema Novo” brasileiro.

Um pouco acima do Cine Glauber Rocha e também em frente a Praça Castro Alves, está o incrível Hotel Fasano, instalado no prédio antigo e histórico do Jornal A tarde. 

Para quem vai à Praça Castro Alves pela primeira vez, a sensação é de deslumbre com a imensidão da paisagem, já que ela é um mirante incrível para a linda Baía de Todos os Santos.

E a comoção amplia ainda mais quando se percebe tantos edifícios históricos, igrejas seculares e o incrível Forte São Marcelo no meio do mar e cercado por águas cristalinas.

Ir à “Praça do Poeta” é, sem dúvida alguma, um dos melhores programas para quem visita Salvador!

O entorno da Praça Castro Alves

Outro ponto a destacar é a proximidade da Praça Castro Alves com diversos cartões postais de Salvador. Há apenas 50 metros, está o fantástico Mosteiro de São Bento, uma das edificações antigas mais impressionantes da cidade.

Subindo a glamourosa Rua Chile, o turista encontrará todo o universo do centro histórico de Salvador. A começar pela linda Praça Tomé de Sousa, onde fica a antiga sede do governo da Bahia conhecida como Palácio Rio Branco, e o Elevador Lacerda, onde além de uma vista impressionante, é possível descer para o Mercado Modelo, na Cidade Baixa. 

Seguir adiante após a Praça Tomé de Sousa é como entrar em um túnel histórico do tempo, chegando à linda Praça da Sé e mais um pouco no Terreiro de Jesus, a porta de entrada do Pelourinho. 

O fato é que tudo o que se vê neste incrível passeio é tão amplo que seria impossível descrever aqui com a devida riqueza de detalhes. Para apaixonados por história como eu, visitar o Centro Histórico de Salvador é sempre uma dádiva!

Como chegar à Praça Castro Alves, Salvador

Utilizando o transporte público de Salvador, é possível chegar facilmente na Praça Castro Alves em ônibus que finalizam a linha na Praça da Sé, ou ônibus que vão até o Terminal da França. Neste último caso, é necessário subir o Elevador Lacerda e depois caminhar alguns metros pela Rua Chile até a Praça Castro Alves.

Mas, sem dúvida, a maneira mais segura e confortável é contratar um transfer de uma agência confiável, que busca o turista em seu hotel e o leva em automóvel novo e climatizado direto para lá.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a Praça Castro Alves em Salvador, conheça 4 dos melhores hotéis de luxo na cidade, uma lista que inclui o formidável Hotel Fasano que está localizado nessa região!