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Ponta do Humaitá: guia para sua próxima visita

Postado dia 29/08/23 | 4min. de leitura

Ponta do Humaitá: guia para sua próxima visita

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Salvador é um grande museu a céu aberto, ou seja, a cidade inteira possui monumentos antigos que contam silenciosamente a história colonial, imperial e republicana do Brasil. Conhecer todos os seus monumentos históricos é um desafio imenso, até para historiadores locais.


Também são muitas e variadas as opções de praias e mirantes, de maneira que é preciso fragmentar tudo isso em conteúdos menores. Por isso decidimos criar esse post para falar da Ponta do Humaitá, apresentando tudo o que merece ser contemplado e curtido nesse icônico pedacinho do bairro de Monte Serrat em Salvador.



Um pouco da história e monumentos históricos

A Ponta do Humaitá, de em tupi significa “ita” pedra e “huma” preta, é um acidente geológico situado na Península de Itapagipe e no histórico bairro de Monte Serrat. Para falar da história da Ponta do Humaitá é preciso recorrer aos cronistas antigos, os que viveram no séc. XVI e deixaram escritos de grande relevância historiográfica, a exemplo de Gabriel Soares de Souza.

Em seu livro Tratado Descritivo do Brasil em 1587, o autor descreve a “Ponta de Tapagipe” como um local onde Garcia d’Ávila possuía umas olarias e um curral de vacas. Em função do seu posicionamento geográfico privilegiado, onde consta um morro elevado com ótima vista para toda a Baía de Todos os Santos e também para a antiga cidade de Salvador, ainda no séc. XVI foi construída uma fortificação.

Forte Nossa Senhora de Monte Serrat

O forte Nossa Senhora de Monte Serrat foi construído no governo de Manuel Teles Barreto em 1583, mas sua configuração arquitetônica atual é resultado de uma reforma e ampliação realizada em 1724 pelo vice-rei André de Melo e Castro. Até o séc. XIX, era conhecido como Forte de São Felipe, e protegia o acesso norte da Baía juntamente com o Forte Santo Antônio da Barra.

Um padre jesuíta trouxe consigo a imagem de Nossa Senhora de Monte Serrat, e por devoção, o forte foi batizado com seu nome.

É um dos fortes mais bonitos de Salvador, cercado de bela área gramada, oferece vista panorâmica da Baía de Todos os Santos, da própria Península de Itapagipe, podendo avistar ao longe o Centro Histórico de Salvador e o Forte São Marcelo.

Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora de Monte Serrat

A primitiva capela foi construída pelos senhores da Casa da Torre em sesmaria doada por Tomé de Souza a Garcia d’Ávila, que por sua vez, como já foi dito, possuía olarias e curral de vacas, sendo essa a base para o primeiro povoamento no local.

Portanto, é muito natural que tenha mandado erigir uma capela, o que segundo historiadores do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, aconteceu em data não precisa, mas provavelmente ainda no séc. XVI.

Os descendentes de Garcia d’Ávila doaram a primitiva capela aos monges beneditinos, que posteriormente a reconstruíram, acrescentando o mosteiro. Mas alguns autores dizem que a capela foi doada aos beneditinos pelo governador D. Francisco de Souza em 1658.

O velho casarão

Datado de 1619, o antigo casarão foi construído pelos descendentes de Garcia d’Ávila, que faleceu em 1609. O local foi morada do padre Antônio Vieira quando criança, funcionou um mercado de escravos e atualmente é um bar, para tristeza dos apaixonados por história.

Originalmente era uma casa avarandada por quatro lados, o que foi alterado no seu plano arquitetônico original quando sua parede de fundo foi alterada e emendada com casas construídas no mesmo período do antigo Iate Clube de Monte Serrat ao séc. XIX.

O Farol do Humaitá

Construído no começo do século XX para guiar as embarcações que passavam pela região, o farol de Monte Serrat é atualmente conhecido como farol do Humaitá, sendo um monumento administrado pela Marinha do Brasil.

Praias

A Ponta do Humaitá possui duas prainhas de águas cristalinas e esverdeadas, uma ao norte da igreja e a outra ao sul do casarão, podendo ser admirada de um dos janelões da antiga habitação dos Garcia d’Ávila, atualmente bar e restaurante.

Bem próxima está a praia da Boa Viagem, aos pés do Forte Monte Serrat e de onde se tem uma vista maravilhosa das suas águas cristalinas.

Pôr do sol

Com certeza admirar o pôr do sol na Ponta do Humaitá é um dos programas mais sedutores de Salvador, e isso se dá pelo posicionamento geográfico privilegiado somado a todo o contexto já explicado aqui neste artigo. Programa perfeito para famílias nos finais de tarde ensolarados da capital baiana.

Restaurantes

São muitas as opções de restaurantes especializados na gastronomia baiana na região próxima da Ponta do Humaitá. Para facilitar sua pesquisa, citaremos os mais importantes.

  • Bar e Restaurante da Pedra Furada - especialista em frutos do mar, seu prato mais famoso é a salada de polvo cozido com cebola na panela de pressão, simplesmente espetacular! Para saber mais sobre o estabelecimento, clique aqui!

  • Restaurante Casa da Chef - um dos melhores restaurantes de Salvador, com vasto cardápio da gastronomia baiana e diversos pratos exóticos elaborados pela Chef Carine Graciano. Para saber mais sobre o estabelecimento, clique aqui!

  • Restaurante Humaitá - funciona no antigo casarão de 1619, portanto, localizado no coração da Ponta do Humaitá. Especial também é o clima agradável nos finais de tarde, onde se pode visualizar o pôr do sol bem de frente. Para saber mais sobre o estabelecimento, clique aqui!

Atrativos próximos

Além da Ponta do Humaitá ser um lugar especial e rico em história e belezas naturais, está bem pertinho de vários cartões postais de Salvador, a começar pela espetacular Igreja Basílica do Nosso Senhor do Bonfim, a mais famosa do Brasil e no alto da Sagrada Colina.

Outra atração próxima é a deliciosa praia da Ribeira, excelente para o banho em dias ensolarados, com suas águas calmas e verdinhas. E bem na extremidade da Ribeira, está a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França e Senhor da Pedra de Itapagipe, construída em 1742 como palácio de verão do arcebispo D. José Botelho de Mattos.

Mas não podemos esquecer do Memorial da Santa Dulce dos Pobres, local onde viveu o Anjo Bom da Bahia e onde está o coração da sua história.

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