Paulo Afonso, Bahia: saiba tudo para otimizar sua viagem

Paulo Afonso, na Bahia, é um destino encantador cortado pelo majestoso rio São Francisco. Além de trazer vida e beleza ao sertão nordestino, o Velho Chico oferece paisagens deslumbrantes, perfeitas para quem busca natureza, aventura e lazer.

A cidade é rodeada por cânions navegáveis, mirantes impressionantes e cachoeiras que convidam à prática de esportes radicais e passeios inesquecíveis. Mas Paulo Afonso também guarda história: com mais de 100 sítios arqueológicos, pinturas rupestres e relatos de resistência popular e do cangaço, o turismo histórico tem grande destaque.

Descubra neste guia como aproveitar ao máximo tudo o que essa região especial da Bahia tem a oferecer.

História de Paulo Afonso

As primeiras incursões portuguesas no Rio São Francisco se deram ainda no séc. XVI, porém, foi no século XVII que membros da Casa da Torre liderados por Francisco Dias d’Ávila (neto de Garcia d’Ávila), começaram a empreender bandeiras ao longo do São Francisco a partir da sua foz. Adentraram o sertão requerendo sesmarias e ampliando seus domínios com a instalação de currais de gado.

Os membros da Casa da Torre exterminaram e expulsaram os povos originários da região, transformando os currais de gado em cidades ao longo do tempo. Mas os objetivos da família Garcia d’Ávila também estavam na busca por minérios preciosos como ouro e prata, e no dia 21 de abril de 1624, o rei Filipe IV concedeu-lhes o privilégio de explorar os sertões fora da autoridade dos governadores, a fim de descobrir minerais preciosos.

O jesuíta João de Barros fundou as missões de Rodelas, que eram cinco aldeias posicionadas acima da cachoeira de Paulo Afonso. Nelas habitavam aproximadamente 3.900 índios que foram catequizados por diversas ordens católicas, incluindo os carmelitas descalços e os capuchinhos.

A região era habitada por mariquitas e pankararus, que foram exterminados antes que os currais e aldeamentos da região se tornassem municípios, a exemplo de Paulo Afonso.

A cachoeira de Paulo Afonso foi descoberta por Paulo Viveiros Afonso, sertanista aliado da Casa da Torre. No local ele fundou os primeiros povoados que viriam a se tornar a cidade de Paulo Afonso.

Já no séc. XX, o governo federal resolveu explorar o potencial das águas de Paulo Afonso, iniciando a partir de 1944, uma série de intervenções que tornaram o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso como conhecemos hoje.

O que fazer em Paulo Afonso: 6 dicas imperdíveis

Segue abaixo algumas opções de lugares e passeios em Paulo Afonso que são imperdíveis para quem está visitando a cidade, confira:

1. Cachoeira de Paulo Afonso e Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso

Cercado por pedras graníticas, possui quedas d’água de até 80 metros. É um verdadeiro conjunto de cachoeiras que formam um grande véu espumado de águas onde está localizado o Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso. 

Lembrando que atualmente, a cachoeira só funciona em pleno vigor quando a hidrelétrica abre as comportas, o que só acontece de tempos em tempos.

Uma ótima oportunidade de ver o local onde fica a cachoeira é realizando o passeio pela hidrelétrica, que é conduzido por guia profissional e formado pela CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). 

O passeio tem duração de 02 horas e visita 5 pontos: o Dreno de Areia, a Sala de Comando, a Caverna da Usina PA III, o Morro do Teleférico de onde se tem vista panorâmica da Cachoeira de Paulo Afonso e a Ilha do Urubu, com vista para a antiga usina de Angiquinho, do pioneiro Delmiro Gouveia. 

Por fim, o passeio ainda visita a área externa da usina, parando na Praça do Belvedere, local onde está enterrado o coração do primeiro presidente da CHESF, o Monumento do Boi e a Cobra e a Igreja de São Francisco.

2. Passeio em catamarã nos cânions de Paulo Afonso

O passeio navega entre os gigantescos paredões dos cânions de Paulo Afonso, proporcionando paisagens belíssimas. O catamarã conta com guia e serviço de bordo, que serve bebidas e petiscos durante as 4 horas do passeio.

Um dos momentos mais marcantes, é quando chega próximo à Ponte Dom Pedro II, inaugurada em 1950 para atravessar trabalhadores da CHESF. O monumento impressiona pela imponência e por todo o conjunto da paisagem, sendo um dos mais importantes cartões postais do sertão baiano.

Há ainda uma parada para almoço e banho em restaurante aconchegante e com prainha privativa, momento de relaxamento, gastronomia e contemplação da natureza.

3. Passeios no Raso da Catarina 

A Reserva Ecológica do Raso da Catarina é dividida entre reserva biológica e indígena, possui 6.400 km² de área, vegetação do tipo caatinga e clima típico de deserto, com temperatura chegando a 40°C de dia e até 10°C à noite. Os índios pankararés vivem na entrada do cânion, local conhecido como Baixa do Chico. Trata-se de um longo cânions seco repleto de lindas formações rochosas esculpidas pelo vento.

A ecorregião possui flora rica em xique-xiques, mandacarus, coroas-de-frade, facheiros, palmatórias, diversos tipos de bromeliáceas, como a macambira e árvores como o juazeiro, umbuzeiro, jatobá, pereiro, e a fauna possui grande variedade de aves coloridas, micos e a endêmica arara-azul-de-lear. 

O ponto de apoio e de partida é a Pousada Aconchego do Raso, que fica na borda do Raso da Catarina pauloafonsino. Destaque para o passeio da alvorada, que chega na Baixa do Chico para assistir a revoada da arara-azul-de-lear; e o passeio do pôr do sol, que observa a chegada das araras aos seus ninhos nos paredões do cânion. 

Ambos os passeios também visitam a comunidade pankararé da Baixa do Chico, além de permitir um contato com povoados por onde Lampião e seu bando passaram, uma parte da história do cangaço que ainda está muito viva por lá.

4. Passeio Museu Casa de Maria Bonita 

Pesquisas recentes descobriram a casa onde Maria Bonita nasceu e viveu até o momento em que se apaixonou por Lampião e entrou para o cangaço. A zona rural de Paulo Afonso é um prato cheio para pesquisadores do cangaço e visitantes que desejam conhecer mais a fundo a história desse importante fenômeno da historiografia brasileira.

A casa foi transformada em museu e guarda um rico acervo fotográfico sobre Maria Bonita e seus familiares, Lampião, seu bando e coiteiros de apoio, além de militares que fizeram parte da emboscada que matou o rei do cangaço e Maria Bonita na Grota do Angico em 1938.

O passeio é conduzido por um guia historiador e especialista na história do cangaço da região, que explica em detalhes momentos marcantes de Lampião, Maria Bonita e bando no território da cidade, que recentemente, foi um dos locais mais importantes nas filmagens da série Guerreiros do Sol, produzida pela Globoplay.

5. Passeio aos sítios arqueológicos com pinturas rupestres e Serra do Umbuzeiro

Os caminhos do cangaço percorrem as trilhas da caatinga e oportunizam que os turistas tenham um encontro com a história do cangaço enquanto visitam os sítios arqueológicos onde estão as pinturas rupestres ao longo do percurso. 

São mais de 100 sítios arqueológicos que apresentam pinturas gravadas nas paredes rochosas de cavernas datadas em aproximadamente 9 mil anos. O passeio é conduzido por um guia historiador, que vai desfiando o novelo de histórias e tornando a paisagem ainda mais atraente com sua ocupação humana e social.

Por fim, o passeio ainda segue até a linda Serra do Umbuzeiro, localizado no Povoado do Riacho e a 17 quilômetros do centro de Paulo Afonso. 

Lá, o guia conduz os turistas por uma trilha que leva ao topo da serra, explicando sobre o processo de formação geológica, sobre a biodiversidade com sua fauna, flora e bioma. Em seguida é hora de subir até o topo da serra, para uma visão espetacular da paisagem da região.

6. Paulo Afonso é perfeita para a prática de esportes radicais

A cidade de Paulo Afonso é também o paraíso dos esportes radicais e de aventura, possuindo muitas opções de trilhas que levam a misteriosas cachoeiras intermitentes, ou seja, que só funcionam em épocas de chuva. 

Seus penhascos são um prato cheio para a prática do bungee jump e do rapel. Estradinhas de barro podem ser percorridas através de práticas como montain bike e rally, oportunizando a observação das lindas paisagens naturais da região.

Qual a melhor época para visitar Paulo Afonso

A melhor época para ir a Paulo Afonso é entre maio e setembro. Esse período possui temperaturas quentes e quase nenhuma precipitação. 

A temperatura média mais alta em Paulo Afonso é de 35°C em março, e a mais baixa pode chegar a  16°C no inverno. Mas comparado com o litoral brasileiro, Paulo Afonso recebe muito menos chuvas, sendo um destino para ser visitado em qualquer mês do ano.

Onde se hospedar em Paulo Afonso

A cidade possui mais de 100 mil habitantes e ótima infraestrutura, com hospital, postos de saúde, farmácias, supermercados, centros comerciais e tudo o mais que o turista necessitar. Quanto ao quesito hospedagem, são diversas opções que vão de hotéis de grande porte a pousadas.

Vale destacar os excelentes hotéis Ilha Bela e Executive, que oferecem instalações modernas e muito aconchegantes no centro da cidade. Os hotéis San Marino e Belvedere ainda proporcionam lindas piscinas e área de lazer, o que faz toda a diferença para quem está passeando por uma região seca e quente.

Para quem busca um melhor custo benefício, há uma gama de pousadinhas na cidade, a exemplo da Pousada São Francisco, da Pousada Lima, da Pousada Rio Mar, e da Pousada Acalanto, que fica bem pertinho da Prainha da cidade.

Onde comer em Paulo Afonso

Paulo Afonso também dispõe de ótimos restaurantes, sendo imprescindível que se experimente o famoso filé de tilápia ou de surubim ao molho de alcaparras, especialidade da região. 

Um ótimo lugar para comer esses pratos é o Restaurante Rancho da Carioca, situado na Prainha. Assim, também é possível curtir um banho no rio de águas cristalinas enquanto se delicia com a gastronomia local.

A cidade ainda oferece uma quantidade grande de restaurantes, que preparam as mais variadas culinárias. Vão desde comida japonesa, a pizzarias, churrascarias e comida caseira, onde a especialidade das casas é a gastronomia sertaneja.

Como chegar a Paulo Afonso, Bahia

Paulo Afonso está 462 km ao norte de Salvador e existem algumas opções para chegar lá. A cidade possui aeroporto, então viajar de avião é uma boa pedida que lhe fará ganhar bastante tempo para curtir o lugar.

Não existem linhas de ônibus direto entre Salvador e Paulo Afonso, sendo a melhor opção viajar pela empresa Nova Itapemirim, que disponibiliza ônibus semi-leito para a cidade alagoana de Delmiro Gouveia, que está a 37 quilômetros de Paulo Afonso. A viagem dura aproximadamente 9 horas.

Outra alternativa é tomar um ônibus leito da empresa Guanabara para a cidade pernambucana de Petrolândia, para uma viagem de 10:30. De Petrolândia para Paulo Afonso são mais 63 quilômetros, que podem ser realizados por meio de diversos transportes como táxi, carro de aplicativo e ônibus.

Outra opção é viajar em carro próprio ou alugado, assim terá mais autonomia para curtir a viagem e explorar muito mais da região.

Nossa última dica é que você contrate um transfer, cujo receptivo estará lhe aguardando no aeroporto de Salvador. O transporte se desloca diretamente para Paulo Afonso pela rodovia BR-110, em um automóvel novo, climatizado e conduzido por um motorista profissional. A viagem é a mais confortável de todas e dura apenas 7 horas. 

Saiba mais falando com um dos nossos colaboradores na Central de Reservas da Bahia Terra Turismo, é fácil, rápido e muito seguro.

Agora que você já está por dentro das principais informações a respeito da cidade de Paulo Afonso, na Bahia, confira 5 roteiros do Xingó, para que sua viagem pela região do Vale do Rio São Francisco seja ainda mais rica em possibilidades. Apesar de não fazer parte do estado da Bahia, os Cânions do Xingó são uma extensão de Paulo Afonso, já que juntos formam 65 quilômetros dos mais belos cânions navegáveis do Brasil.