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Rios da Bahia: descubra os principais cursos d’água do estado

Postado dia 07/09/25 | 7min. de leitura

Rios da Bahia: descubra os principais cursos d’água do estado

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Quando o assunto é turismo, os rios da Bahia merecem tanto destaque quanto as famosas praias tropicais do estado, que possui o maior litoral do Brasil em extensão. Esses rios guardam histórias, sustentam comunidades, influenciam a gastronomia local e oferecem paisagens de tirar o fôlego, tornando-se parte essencial da identidade baiana.

E por falar em natureza, vale ressaltar que todos eles proporcionam lindas paisagens ao se encontrarem com o mar, formando complexos naturais belíssimos, sendo que muitos deles são pouco conhecidos pelo grande público. 

Ficou curioso e quer saber um pouco mais sobre os rios baianos? Continue conosco até o final deste artigo!

Cãnions Rio São Francisco Paulo Afonso
Cânions do Rio São Francisco em Paulo Afonso, Bahia

Os 10 principais rios da Bahia

Citamos aqui os rios que, além de terem grande importância para as populações humanas ao longo dos seus cursos, deságuam em locais de rara beleza, oferecendo ao turismo o deleite de paisagens espetaculares, confira:

1. Rio São Francisco

É sempre muito emocionante falar do Rio São Francisco, um dos maiores rios do Brasil e que apesar de não ter sua nascente na Bahia, percorre a parte norte do estado de forma impactante em todos os sentidos. 

Ponte Dom Pedro Segundo Cânions de Paulo Afonso Rio São Francisco
A ponte Dom Pedro II sobre os cânions de Paulo Afonso no Rio São Francisco

Historicamente falando, o Velho Chico foi uma das principais estradas fluviais por onde os portugueses adentraram nos primórdios da colonização. Eles buscavam minerais preciosos, a dominação dos povos originários e a expansão do povoamento.

A cidade de Paulo Afonso, na Bahia, é um dos locais mais marcantes no Vale do Rio São Francisco, onde se encontra a imponente Cachoeira de Paulo Afonso e os cânions navegáveis mais impressionantes do país. Neste local a CHESF construiu a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, uma das mais importantes do Brasil.

Outro ponto baiano em que o Velho Chico marca presença é na cidade de Juazeiro, que fica bem próxima de outra usina hidrelétrica, a de Sobradinho. A região é belíssima e oferece muitas opções turísticas, com passeios ligados ao enoturismo que navegam por paisagens fabulosas, praias e dunas inesquecíveis, por exemplo, as Dunas de Casa Nova.

2. Rio Itapicuru

Foz do Rio Itapicuru Barra de Siribinha Conde
A foz do Rio Itapicuru fica na cidade do Conde e se chama Barra de Siribinha

O Rio Itapicuru tem sua nascente ao norte da Chapada Diamantina, na Bahia, entre as cidades de Antônio Gonçalves e Campo Formoso, em uma região conhecida como Piemonte. 

É outro rio histórico da Bahia, que ainda no séc. XVI, recebeu as primeiras incursões de portugueses pelo seu braço principal, na época conhecido como Rio São Jerônimo. Atualmente é conhecido como Itapicuru-Açu, sendo importante não confundi-lo com o Rio Itapicuru-Mirim, seu afluente temporário.

O Itapicuru deságua no município do Conde, onde ganha o nome de Barra de Siribinha, um lugar de belezas únicas e onde belas barracas nativas de palha oferecem excelente gastronomia à beira da praia.

3. Rio Paraguaçu

Entardecer Baía do Iguape Rio Paraguaçu Recôncavo Baiano
Entardecer na Baía do Iguape, trecho do Rio Paraguaçu no Recôncavo Baiano

O Paraguaçu é um dos mais importantes rios da Bahia e sua história é berço da civilização brasileira. Ele nasce na Chapada Diamantina e seus 600 quilômetros de extensão até a foz guardam maravilhas culturais, históricas e ecoturísticas.

Seu trecho mais famoso fica na região onde deságua, entre a histórica cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, e a Baía de Todos os Santos. Há registros de que os franceses navegavam por lá já em 1504, negociando pau-brasil com os tupinambás que viviam em suas margens. 

Durante mais de 4 séculos de colonização, o Rio Paraguaçu foi de grande relevância para o ir e vir de pessoas e mercadorias entre a zona açucareira do Recôncavo e Salvador, de onde a produção de açúcar partia para Portugal. E os veículos de todo esse transporte eram embarcações de cabotagem como canoas tupinambás e o clássico saveiro.

4. Rio de Contas

Rafting Taboquinhas Itacaré Rio de Contas
Prática do rafting no Rio de Contas, nas imediações de Taboquinhas em Itacaré

O Rio de Contas é mais um imponente rio baiano de grande valor e de muitas histórias. Sua nascente se dá na Serra da Tromba, entre as cidades de Piatã e Abaíra, na Chapada Diamantina, e a foz acontece na bela cidade de Itacaré, um dos paraísos da Costa do Cacau.

Foi outro rio muito importante para os sertanistas, que iniciaram suas primeiras “entradas” ainda no séc. XVI, em busca de ouro e outros minerais preciosos. 

Já no séc. XVIII, ganhou importância com a descoberta do Ouro na região da cidade de Rio de Contas, sendo por ele transportado todos os tipos de produtos que sustentam as populações e garimpeiros durante a exploração aurífera.

Próximo à sua foz, o Rio de Contas proporciona corredeiras perfeitas para a prática do rafting na zona do povoado de Taboquinhas, distrito de Itacaré. 

Além disso, costuma receber muitos remadores dos mais diversos estilos, como stand up paddle, caiaque e canoa havaiana, além de passeios de barco que costumam zarpar da Praia da Concha, em Itacaré. 

5. Rio Cachoeira

Pôr do sol Rio Cachoeira Ilhéus
Pôr do sol no Rio Cachoeira, em Ilhéus

O Rio Cachoeira é formado pelo encontro dos rios Salgado e Colônia e possui 50 quilômetros de extensão até sua foz, na cidade de Ilhéus. Apesar de relativamente curto, se comparado com outros rios baianos, esteve presente em momentos marcantes da história colonial.

Na década de 1540, Francisco Romero trocou a sede da Capitania Hereditária de São Jorge dos Ilhéus do Morro de São Paulo para Ilhéus, iniciando ali o povoamento da região.

Nele, aconteceram terríveis batalhas entre os colonizadores portugueses e etnias originárias como tupiniquins e aimorés, sendo esses últimos os responsáveis pelo fracasso da Capitania Hereditária na região.

Em 1548, antes de se consagrar como Terceiro Governador Geral do Brasil, Mem de Sá fundou no Rio Cachoeira o Engenho Santana, que produziu açúcar por aproximadamente 300 anos e onde ainda hoje se encontra a Capela de Nossa Senhora Santana, construída pelos jesuítas na segunda metade do séc. XVI.

Se tratando de paisagens, a bacia do Rio Cachoeira em Ilhéus é belíssima, bem como a Praia do Cristo, onde o Rio Cachoeira encontra o mar e proporciona dimensões largas e calmas, excelentes para a prática de esportes náuticos e navegação a vela.

6. Rio Pardo

Foz do Rio Pardo Canavieiras Bahia
A foz do Rio Pardo em Canavieiras, Bahia

O Rio Pardo nasce em Minas Gerais, sendo que aproximadamente 3/4 do seu percurso de 565 quilômetros, ocorre em terras baianas.

Sua foz se encontra na cidade baiana de Canavieiras, sendo a mais ampla de todo o estado. Isto ocorre, pois além do Pardo, a barra recebe o grande Rio Salsa, formando um gigantesco encontro das águas conhecido como Barra de Canavieiras.

Tal barra fica 18 quilômetros antes da cidade de Belmonte, de onde parte um maravilhoso passeio de barco que explora rios e manguezais belíssimos.

Vale destacar que o Rio Pardo também teve grande relevância no séc. XVI, quando foi desbravado por bandeirantes em busca de metais preciosos.

7. Rio Jequitinhonha

Rio Jequitinhonha Belmonte
Trecho do Rio Jequitinhonha na cidade de Belmonte, Bahia

Mais um grande rio brasileiro que nasce em Minas Gerais, mas com maior parte do seu curso na Bahia. A histórica cidade de Belmonte é o local onde o Jequitinhonha encontra o mar, uma região de beleza exótica e ainda pouco explorada pelo turismo.

Jequitinhonha é um termo maxacali que significa rio largo e cheio de peixes, onde viviam originários dessa etnia e kamakans quando a partir de 1553, os bandeirantes passaram a adentrar por ele matando e escravizando indígenas em busca de metais preciosos. 

Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais em 1734, o Jequitinhonha recebeu uma enxurrada de aventureiros em busca de riquezas, até que a Coroa proibiu a mineração privada.

Vale lembrar que Belmonte foi palco da grande navegação a vapor no séc. XIX, cujos navios de grande porte adentravam pela foz do Jequitinhonha e atracavam no porto da cidade para fins de transporte do cacau, produto que, nesse período, enriqueceu a cidade.

Atualmente, em razão do assoreamento causado por diversas barragens em seu curso, o rio não é mais navegável para embarcações de calado profundo.

8. Rio João de Tiba

Rio João de Tiba Santa Cruz Cabrália
Vista do Rio João de Tiba no mirante do centro histórico de Santa Cruz Cabrália

O belíssimo Rio João de Tiba nasce na Serra dos Aimorés, divisa entre a Bahia e Minas Gerais. Ele percorre 135 quilômetros até a foz, na cidade de Santa Cruz Cabrália, que foi um dos locais explorados pela esquadra de Cabral em 1500.

A partir de 1536, Cabrália se tornou território da Capitania Hereditária de Porto Seguro, onde foi fundado o povoado que hoje é o centro histórico da cidade. Ele está situado no alto de um promontório e de frente para o Rio João de Tiba, cujo mirante proporciona uma das mais belas paisagens do litoral sul baiano.

Atualmente, o Rio João de Tiba é protagonista de um belo passeio, que leva turistas de escuna até a Coroa Alta e visitando Santo André e a Ilha do Sol, ambos localizados no belo trecho onde o rio encontra sua foz.

9. Rio Buranhém

Orla do Rio Buranhém Porto Seguro
Orla do Rio Buranhém, em Porto Seguro

A nascente do Rio Buranhém também é mineira, mas é na Bahia que o rio se tornou célebre, especialmente por fazer parte dos primeiros atos da esquadra de Cabral em terras tupiniquins em 1500. Foi pela sua foz que os portugueses adentraram e encontraram o porto seguro.

O incrível é que sua foz é formada por uma grande barreira de rochas vulcânicas que divide o rio com o mar, tornando o local muito seguro para atracar embarcações. 

Porto Seguro se tornou uma cidade–símbolo da descoberta portuguesa do Brasil, sendo um destino histórico e com uma das melhores infraestruturas turísticas do país. Especialmente pela diversidade de passeios que proporciona ao longo dos seus 85 quilômetros de praias paradisíacas.

10. Rio Caraíva

Rio Caraíva
Foz do Rio Caraíva no belo povoado de Caraíva, em Porto Seguro

O Rio Caraíva possui curta extensão, tendo sua nascente na cidade de Itabela e percorrendo apenas 61 quilômetros até a foz em Caraíva

O grande destaque deste rio é exatamente o local onde se encontra com o Oceano Atlântico, um dos povoados mais pitorescos da Bahia e que se tornou um dos destinos turísticos mais cobiçados do país.

Vale lembrar que o histórico vilarejo de Caraíva é distrito de Porto Seguro e possui sua cultura voltada essencialmente para o rio, onde viviam os antigos pescadores antes da especulação turística e imobiliária que se deu com a virada do milênio. 

Para quem está passeando em Porto Seguro, é imprescindível realizar o passeio bate e volta para Caraíva, uma bela oportunidade de conhecer esse paraíso.

Agora que você já conhece os 10 principais rios na Bahia, descubra 10 rios da Chapada Diamantina que tornam essa grande região baiana ainda mais encantadora e surpreendente.

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